Novas Memórias

Atenção: Os contos da série "Pecados e Tragédias" são ficcionais, assim como seus personagens. Qualquer semelhança com situações ou pessoas reais é mera coincidência . EPISÓDIO 8 - O BOM MENINO Pense em um menino bom. Agora eleve ao quadrado e você chegará a Hector. Desde criança todos viam o anjo que ele era. Na escola, super comportado, sempre fazia todos os deveres de casa de maneira impecável e entregava na data prevista. Não colava e nem passava cola, porque, segundo ele, “isso é errado”. Raramente discutia com os professores e recebia, de todos os mais velhos, elogios constantes por sua inabalável capacidade de andar na linha. - Um menino de ouro – Era o que mais se ouvia. É claro que, em um mundo onde ser bom é ruim, ele era julgado por isso: - Ih, olha só, ele vai à aula todos os dias. É um mané mesmo! Hector se recusava a acompanhar as outras crianças nas fugas matinais para beber, fumar, jogar e beijar na boca. Contribuía também o fato de ele ser tí

Você já ouviu falar do NaNoWriMo ? Basicamente é a abreviação de National Novel Writing Month que, em português significa " Mês Nacional de escrever romances" . A ideia é simples: desafiar as pessoas a, durante 1 mês, escrever um romance de 50.000 palavras. Parece impressionante, não é? Mas são 1.667 palavras por dia, o que dá umas 4 ou 5 páginas de word. Se você tirar 1 ou 2 horas por dia para se dedicar, tenho certeza que conseguirá. Vale lembrar também, que a proposta não é que o livro esteja 100% pronto para ser publicado ao final deste mês, mas que ele esteja escrito até o fim . A ideia é você matar, durante um mês, o crí critico em você e simplesmente escrever. Mesmo que o resultado seja somente um rascunho do que será após as várias revisões que você deverá fazer depois, ver que a última palavra do seu romance já foi escrita te dará uma motivação incrível. O ponto principal é fazer a obra andar e finalmente tirar aquela ideia da cabeça e se engajar em fa

Fechamos mais uma parceria quentíssima aqui para o blog com o Bllog Causos de um aspirante a escritor, de Tiago Haubert. E esta inaugura uma nova modalidade de parceria aqui do Novas Memórias, que envolve principalmente a 'resenha' dos contos da série "Pecados e Tragédias" O blog trará a notícia do que o leitor pode esperar do conto da semana, então não deixe de acompanhar. ;) Sobre o Blog: Esse blog nasceu com o intuito de transcrever minha jornada de aspirante a escritor, onde contarei meus anseios, desafios e compartilharei informações ligadas a literatura, dicas e aprendizados ao relatar histórias cotidianas de minha busca a esse sonho de me tornar um escritor lido pelo mundo afora, além de publicar contos. O Aspirante a escritor abre espaço aqueles que estiverem interessados em enviar seus trabalhos e fazer parcerias. Tiago Haubert  é um aspirante a escritor e sonhador. Começou a escrever aos 13 anos e, pelas circunstâncias da vida, deixou o projeto de l

Nessa semana nossa entrevistada é a mineiríssima Fernanda Assis , criadora de um dos mais relevantes blogs literários do país, o " Viagem Literária ". Sob o slogan de "Todos os livros do mundo" , ela está perto de ler o seu milésimo livro (WoW), de acordo com informações quentíssimas do Skoob. Impressionante, não é? A três anos o blog supera a marca dos 400 posts anuais e já acumula mais de 8mil seguidores no Google Friend Connect. Números incríveis que a faz, hoje, ter de recusar propostas de parceria feitas por editoras, tal o volume de livros que tem para ler. Ela revela, de uma maneira quase despretensiosa, como a paixão pelo que faz é o catalisador principal de qualquer trabalho de sucesso. A Fer Nanda ainda revela o que faz um livro ganhar seu conceito máximo. Não é incrível? Então chega de conversa e vamos para a entrevista, que está absolutamente sensacional: 1.    Por que decidiu fazer um blog literário? Desde que me formei em Bibliot

Leia a parte 1 em:  [Pecados e Tragédias] #7 - Amigas, Amigas... (Parte 1) Leia a parte 2 em  [Pecados e Tragédias] #7 - Amigas, Amigas... (Parte 2) O retorno Dois anos se passaram e as pessoas seguiram suas vidas. Gisele viveu aquele tempo todo sem contato algum com o mundo, vivendo daquilo que plantava e com uma rotina de meditação intensa. Evoluiu muito espiritualmente e, ao final de todo aquele tempo, só chegou à conclusão de que o que tinha que acontecer aconteceu, e que ela deveria tirar o melhor do que quer que fosse. Alcançara finalmente a paz que tanto buscava e, quando voltou para o Brasil, foi com a certeza de que buscaria aquilo que a faria feliz de maneira mais plena e intensa. Sua família foi busca-la no aeroporto, acompanhadas de Laura e Cissa. - Quanta saudade – Disseram as três com lágrimas nos olhos. Laura comentava: - Você está tão diferente. Vai nos contar tudo o que fez lá. - Contarei sim, com toda certeza – Respondia Gisele serena

Leia a parte 1 em: [Pecados e Tragédias] #7 - Amigas, Amigas... (Parte 1) Questão de confiança Não bastasse a forte pressão, era perceptível também que Gisele, além de raramente compreender corretamente o que lhe diziam, ainda sentia forte necessidade de levar em consideração a opinião das amigas. “Elas querem o meu bem” Dizia para si mesmo “E me conhecem há muito mais tempo que Juan” A dúvida a consumia. Continuar ou terminar? Arriscar um grande e longo sofrimento no futuro ou sofrer logo de uma vez? - Don Juan é assim mesmo – relembrava Laura amargurada – ele vai fazer você estar enlouquecidamente apaixonada e então vai te decepcionar como se seus sentimentos não valessem nada. Seja sensata e nos escute. Não vale a pena sofrer assim. Falar era, obviamente, muito mais fácil do que tomar uma decisão, mas seus argumentos eram válidos e isso era o que mais a entristecia. Não queria perder seu grande amor, mas também não queria sofrer nas mãos daquele homem como tantas

- Acredite em mim, Gisele, ele não é e nem nunca será seu: ele é de todas. – Dizia Laura. - Esse homem não presta – completava Cissa. - Saia deste relacionamento antes que você se machuque – Falavam ambas em uníssono. Coisas assim eram frequentes nas conversas entre Gisele e suas amigas, desde que esta começou a namorar o Don Juan. A mulher, por sua vez, tinha uma limitada capacidade de compreensão e não entrava em sua cabeça como poderia um homem tão bom ter uma fama tão ruim. - Mas ele é um homem tão bom – Retrucava – Como pode ter uma fama tão ruim? E nesse momento as amigas começavam a explicar todos os seus feitos do passado. Com quem ele ficara e quantas por ele já haviam sofrido. - Não se iluda, amiga. Ele é mal – Alertava Laura – Não continue com ele. Cissa então informava: - Além do mais, sabemos que todas as mulheres que já se apaixonaram por ele sofreram horrores. Muito mesmo. E seguiam-na relembrando de todos as coisas ruins que ele fez no passad

  Leia a parte 1 em [Pecados e Tragédias] #6 - Homem de palavra (Parte 1)  Leia a parte 2 em [Pecados e Tragédias] #6 - Homem de palavra (Parte 2)  Apolo Feitosa não entendia por que Fernanda tinha o número de um deus grego no seu celular. Era esse o único nome da lista que ele de fato desconhecia. Resolveu contata-lo usando uma desculpa qualquer e se encontraram em um lugar igualmente sem importância. Mas ao se verem, o garotão de vinte anos e cheio de músculos o reconheceu: - Você é Feitosa, não é? Marido de Fernanda? Ele assentiu. - Como sabe? Apolo então sorriu e virou seus olhos. Contar ou não contar? Pensou. - A primeira opção – Disse Feitosa após ler seus pensamentos. O moleque crescido sabia que era imprudente, mas a impetuosidade dos jovens o impeliu: - Sua mulher me mostrou suas fotos, para o caso de algum dia eu te ver na rua. Os olhos do viúvo se arregalaram de surpresa. - E por que ela faria isso? – Perguntou sem querer saber a resposta. Com um sorri

Leia a parte 1 em [Pecados e Tragédias] #6 - Homem de palavra (Parte 1)  Viúvo desconfiado Não demorou até que essas fofocas chegassem aos ouvidos do viúvo. - Não pode ser – Repetia para si constantemente – Essas pessoas são só um bando de invejosos. Gente que não tem metade da felicidade e do amor que tínhamos juntos. Quando levou o caso a seu melhor e mais fiel amigo, o Ribeiro, uma única palavra, antes do gole de cerveja, foi suficiente para deixar a cabeça de Feitosa cheio de pensamentos indesejados. - Será? O gole que seguiu foi amargo e desceu com dificuldade. Poderia ser verdade? Claro que não, Fernanda era pura e fiel, me amava como ninguém. Além disso, ela sabia que se me traísse eu enfiaria uma bala entre seus olhos. Era nisso que Feitosa se segurava para não enlouquecer de vez. Quanto mais o tempo passava, porém, mais era difícil se lembrar do quanto Fernanda era boa esposa e, com todo aquele burburinho, de repente as lembranças ruins se tornaram mais frequent

Feitosa amava Fernanda como poucas vezes já se viu. Um amor verdadeiro e puro que, por ser tão bom e genuíno, era também correspondido. Conheceram-se na escola e desde o primeiro dia já sabiam que ficariam juntos para sempre. Casaram-se antes de se formarem e ostentavam uma felicidade de dar inveja. Eram, às vistas de todos, o casal perfeito. Na intimidade, porém, tinham suas inseguranças e ciúmes, comuns em qualquer relacionamento. Apesar de serem grandes amigos, confidentes e falarem de tudo um com o outro, haviam regras do relacionamento que não podiam nunca serem quebradas. Feitosa anunciava: - Você pode fazer o que quiser, Fernanda, não ligo. Podemos visitar sua mãe com frequência, paro de beber ou fumar se assim for sua vontade, deixo você escolher o nome do nosso filho e até troco o futebol pela novela. Mas nunca, jamais, em toda a sua vida, me traía, compreendeu bem? Fernanda afastava tais pensamentos da cabeça de seu amado marido: - Isso jamais irá acontecer, m

Leia a parte 1 em [Pecados e Tragédias] #5 - Amor de chocolate (Parte 1)  Leia a parte 2 em [Pecados e Tragédias] #5 - Amor de chocolate (Parte 2)  Pressão Desse dia em diante, as coisas começaram a esquentar de verdade na casa do casal fora de forma. - Você está me escondendo chocolate, Gustavo – Acusava ela. - Está louca, querida? Já disse que não era nada, somente papéis do trabalho. Coisa sem importância. Eloah sabia que o namorado mentia e queria de qualquer forma abrir aquela gaveta e desmascará-lo. - Não preciso disso – Disse ela, tentando usar emoção como argumento – Vou agora mesmo comprar meus próprios chocolates, não preciso dos seus. Mas no caminho para a porta ouvia as palavras que sempre a faziam recuar: - Você me prometeu que não faria isso. Ela chorava e se enfiava no quarto. Chegou até a apelar para a mãe: - Esconder chocolates da namorada é um crime sério. Dos piores que existem. O que faço, mamãe? Com a sabedoria da idade, ela mudou o rumo