Risadas ecoam por aquele beco escuro, e seu rosto enrubrecido se faz presente. Sentados frente a frente, com os pés se tocando, nossos olhares se cruzam, e o sorriso desaparece: a impossibilidade daquilo tudo torna real e a esperança se esvai. As mãos sobrepostas aceleram nossos corações. O sangue de seus olhos escorre como uma lágrima: machuca. Impede. Dócil, afago seu rosto inconsolável, ali, naquele beco, onde ninguém pode nos ver, ninguém pode nos ouvir, cada respiração sua faz o ar se tornar mais sólido. Salubre e doloroso, mas desejável. Palavras não são necessárias. A escuridão do momento nos envolve, e os meus lábios encostam nos seus por alguns segundos... Você foge... para sempre.