[Pecados e Tragédias] #5 - Amor de chocolate (Parte 2)
Leia a parte 1 em [Pecados e Tragédias] #5 - Amor de chocolate (Parte 1)
A dieta
Então estava decidido: a dieta começaria imediatamente.
Chegou em casa e contou tudo para o seu namorado, que concordou, afinal, ele também estava um pouco acima do peso. Mas não pôde deixar de perguntar:
- Chocolates também?
Eloah mordeu os lábios indecisa.
- Minha mãe diz que sim. Nada de chocolates.
Eles se entreolharam temerosos, mas toparam viver o desafio juntos como um casal feliz.
Pegaram todos os refrigerantes da geladeira, todos os doces, as pizzas frias do dia anterior e tudo o que não era “saudável” o suficiente, colocaram em uma cesta e entregaram para o mendigo da esquina, que adorou a doação.
Foi preciso uma nova cesta para recolher todo o chocolate que havia pela casa. E fingiram se divertir enquanto desvendavam esconderijos diversos, que revelavam as mais variadas guloseimas calóricas.
Esta segunda cesta deram para as crianças que jogavam futebol na rua de baixo. Aceitaram o presente, felizes, e um deles falou:
- Muito obrigado moça. Não tem mais escondido nas dobrinhas, não?
E os pestes saíram correndo, rindo de se acabar.
O casal se inscreveu na academia e agendaram uma hora com uma nutricionista. Estavam decididos a levar uma nova vida.
- Você vai ver – Disse Gustavo feliz à mulher – em breve estaremos 100% em forma e poderemos voltar a comer chocolates.
Era o que Eloah mais queria.
Abstinência
Porém, a ‘nova vida’ não era tão fácil quanto parecia por um simples motivo: fome.
A mudança brusca de hábitos alimentares demorou a ser totalmente compreendida pelo corpo, que cobrava um poderoso milk-shake e recebia uma minúscula barrinha de cereal.
Fome, como todos sabem bem, gerava mal humor e o mal humor era faísca das mais diversas brigas do casal. Então, as brigas geravam insegurança e insegurança dava fome.
Começava tudo de novo.
Um dia, Gustavo encontrou a embalagem de um bombom de chocolate no bolso de Eloah.
- Eu não acredito que você estava comendo chocolate escondida – Brigou – Combinamos de não fazer isso.
A mulher estava desconcertada, e tentava argumentar:
- Mas foi só umzinho...
- Nunca é só umzinho – Contrapôs Gustavo. E ela teve de admitir que era verdade – Prometa para mim que jamais fará isso de novo.
- Mas...
- Prometa para mim Eloah.
Triste, ela prometeu. E sabia que jamais ousaria quebrar aquela promessa.
Continuaram com altos e baixos passando pelo momento mais difícil de adaptação. Eloah implorava:
- Por favor, vamos comer só um bombom. Um chocolatezinho não fará mal. Por favor.
Mas Gustavo era categórico.
- Sem chocolates, querida.
Cerca de três meses após a recaída, porém, Eloah chegou em casa depois da academia e encontrou seu namorado escondendo algo em sua gaveta.
- O que é isso? – Perguntou de súbito.
Gustavo saltou três metros, como um gato, tal o susto.
- N-nada – Gaguejou, saindo do ambiente.
Ela foi à gaveta e tentou abri-la, mas estava trancada. A gordinha arregalou os olhos e fez a conclusão óbvia:
- Chocolate.
Continua na sexta-feira, 13/09 as 16 horas
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Ps: Ganhará um chocolate quem adivinhar como termina o conto! Dê o seu palpite ali nos comentários! :)
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