[Pecados e Tragédias] #4 - O pegador (Parte 2)
Leia a parte 1 em [Pecados e Tragédias] #4 - O Pegador (Parte 1)
O namoro
Era fato que Anastácia se
diferenciava das demais. Dado sentiu isso logo de cara.
- Ela não é como as outras –
Comentava.
- Não é mesmo! Será que tem
alguém apaixonado aqui? – Brincavam.
O rapaz afastava a ideia, mas
não deixava de considera-la.
E nesse clima, ele usava todas
as suas técnicas e partia para cima com tudo, mas a moça seguia indiferente. E
era direta também:
- Eu sei que você está todo
apaixonadinho Dado, porém, não faça isso com você mesmo. Até ficaria com você,
mas não quero quebrar seu coração. Eu não sou mulher para o seu bico – Alertou
ela.
- Impossível – Respondia ele,
com um sorriso prepotente – Todas são para o meu bico.
Revirando os olhos, ela soltava
uma risadinha e pensava: “Que cara convencido”.
E seguiram neste jogo de gato e
rato por alguns meses. Até ela finalmente tomar uma decisão. Se ele insistia
tanto nisso, mesmo com os alertas, então ela entraria na brincadeira. “Vamos
ver se ele vai continuar com toda essa marra”.
E então se rendeu, mas a
condição era clara:
- Vamos namorar, com direito a
mudança de status no facebook!
Pela primeira vez, não houve
hesitação ao ouvir esta palavra. Dado aceitou prontamente e logo eram vistos de
mãos dadas pelos corredores da faculdade.
E aceitou simplesmente por que
queria provar que André estava errado. Anastácia enfim, era dele.
Mas, o que ele não sabia era que
os amigos já haviam alertado a todos que deveriam deixar que Dado se
surpreendesse.
O bico de Dado
- Pague o que me deve, André –
Disse sorridente e triunfante ao amigo, que sorria misteriosamente.
- Ainda não, ok? Vocês começaram
a namorar, mas ela ainda não é para o seu bico. Se em três meses vocês
continuarem juntos, aí eu te pago, ok?
Dado pensou, então, confiante,
decidiu se aproveitar da situação:
- Está certo. Mas vamos dobrar a
aposta?
André concordou sem nem precisar
pensar.
O estranho, entretanto, era que
o amigo não era o único a pensar assim. Várias pessoas, dentre amigos, colegas
e conhecidos, afirmavam com a mesma veemência: Anastácia não é para o seu bico.
- Que inferno é esse? Por que
não? – Perguntava ele, mas todos se recusavam a responder, cumprindo o
combinado.
Até mesmo sua namorada fazia
coro aos demais.
- Você não sabe com quem se
meteu Dadinho. Já disse, não sou para o seu bico.
E aos poucos isso começou a
irritá-lo. Mais do que isso, começou a levantar desconfianças.
Desconfianças estas que o
fizeram investigar mais a fundo a vida de Anastácia. Suas idas à academia, suas
aulas particulares de violão, seu cursinho de francês... tudo. Coisas que só
aumentavam a certeza de que ela escondia algo.
Porém, não era possível saber se
a obsessão dele era maior por descobrir o que havia de errado ou provar a todos
que ela era sim para o seu bico.
Fatos constatados:
Ela gastava 4 horas na academia
terças e quintas e 1hora e meia nos outros dias
Seu cursinho durava 5 horas nas
quartas e 2 horas nas segundas e sextas
E as aulas de violão nunca
tinham hora para acabar.
Continua em [Pecados e Tragédias] #4 - O pegador (Parte FINAL)
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