[Pecados e Tragédias] #22 - O monstro
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| EP22 - O MONSTRO: Valdeir acorda preso em uma cadeira com seu antigo amigo Erico, apontando uma arma para a sua cabeça e precisará ser criativo para conseguir escapar dessa. |
Valdeir estava sentindo várias coisas naquele momento único em sua vida: acima de tudo, estava incomodado com o suor que descia sem interrupção por seu rosto. Sentia uma vontade louca de limpar aquela água salgada. Também sentia um pouco de medo e talvez até uma pitadinha de arrependimento, mas nada grave.
Ah, é claro. Ele também sentia dor nos punhos, que estavam amarrados de maneira brutal em suas costas, e aquela ponta gelada e incômoda de uma arma cravada em suas têmporas.
- Por que você fez isso, amigo?
Esta foi a pergunta que Erico, seu algoz, fez com uma calma inabalável. Infelizmente, ele não conseguia responder de maneira coerente sem se sentir envergonhado ou humilhado, e por isso resolveu fingir que não sabia a resposta.
O homem riu:
- Você é ridículo.
Várias respostas malcriadas passaram pela cabeça de Valdeir, mas ele concluiu que não estava em posição demonstrar sua marra. Somente ficou calado e fechou os olhos, tentando manter a calma.
Erico riu mais uma vez e começou a balançar-se para frente e para trás e este movimento fez Valdeir quase se cagar de medo. Pela primeira vez desde que acordou naquela cadeira ele percebeu verdadeiramente que estava prestes a morrer.
- Por favor, Erico, vamos conversar.
- Conversar?
Uma risada louca.
- Não quero conversar com você. Quero a sua morte.
Valdeir balançou a cabeça lembrando de tudo o que fizera até ali. Se pudesse voltar atrás, certamente mudaria algumas coisas. Não todas, mas algumas. Só para que tivesse mais chance de viver.
Mas não adiantava.
- Eu tenho tantos motivos pra te matar, que ainda não consegui decidir qual será o principal.
E enquanto ouvia tais palavras, todos estes motivos passaram pela cabeça do rapaz.
Escola
O motivo de tanto drama era um bicho de muitas cabeças e começou bem cedo. Valdeir e Erico costumavam ser amigos na escola, porém, era uma amizade um tanto quanto estranha, já que competiam em tudo.
No início era por quem tirava notas maiores, depois por quem fazia mais brincadeiras sem ser descoberto, até chegar finalmente nas garotinhas do ensino médio. Alice, que era a mais bonita de todo o colégio, tornou-se rapidamente um alvo. Foi de Valdeir a ideia:
- Vamos apostar quem consegue ficar com ela primeiro?
Erico topou na hora.
- E quem perder faz o quê?
- Tem que admitir que o outro é melhor.
- Combinado.
Valdeir, que era mais bonito, mais rico, mais brincalhão e mais inteligente, levava vantagem em quase todas essas apostas que faziam. E por isso, acostumou-se a vencer o outro.
E não demorou quase nada para que, mais uma vez, Valdeir saísse vitorioso.
- Agora diga – Mandou, com um sorriso de deboche.
Envergonhado, Erico cumpriu a promessa:
- Tudo bem, você é melhor ok?
E Valdeir percebeu que sentiu prazer em humilhar o amigo, e resolveu que queria mais.
Ah, é claro. Ele também sentia dor nos punhos, que estavam amarrados de maneira brutal em suas costas, e aquela ponta gelada e incômoda de uma arma cravada em suas têmporas.
- Por que você fez isso, amigo?
Esta foi a pergunta que Erico, seu algoz, fez com uma calma inabalável. Infelizmente, ele não conseguia responder de maneira coerente sem se sentir envergonhado ou humilhado, e por isso resolveu fingir que não sabia a resposta.
O homem riu:
- Você é ridículo.
Várias respostas malcriadas passaram pela cabeça de Valdeir, mas ele concluiu que não estava em posição demonstrar sua marra. Somente ficou calado e fechou os olhos, tentando manter a calma.
Erico riu mais uma vez e começou a balançar-se para frente e para trás e este movimento fez Valdeir quase se cagar de medo. Pela primeira vez desde que acordou naquela cadeira ele percebeu verdadeiramente que estava prestes a morrer.
- Por favor, Erico, vamos conversar.
- Conversar?
Uma risada louca.
- Não quero conversar com você. Quero a sua morte.
Valdeir balançou a cabeça lembrando de tudo o que fizera até ali. Se pudesse voltar atrás, certamente mudaria algumas coisas. Não todas, mas algumas. Só para que tivesse mais chance de viver.
Mas não adiantava.
- Eu tenho tantos motivos pra te matar, que ainda não consegui decidir qual será o principal.
E enquanto ouvia tais palavras, todos estes motivos passaram pela cabeça do rapaz.
Escola
O motivo de tanto drama era um bicho de muitas cabeças e começou bem cedo. Valdeir e Erico costumavam ser amigos na escola, porém, era uma amizade um tanto quanto estranha, já que competiam em tudo.
No início era por quem tirava notas maiores, depois por quem fazia mais brincadeiras sem ser descoberto, até chegar finalmente nas garotinhas do ensino médio. Alice, que era a mais bonita de todo o colégio, tornou-se rapidamente um alvo. Foi de Valdeir a ideia:
- Vamos apostar quem consegue ficar com ela primeiro?
Erico topou na hora.
- E quem perder faz o quê?
- Tem que admitir que o outro é melhor.
- Combinado.
Valdeir, que era mais bonito, mais rico, mais brincalhão e mais inteligente, levava vantagem em quase todas essas apostas que faziam. E por isso, acostumou-se a vencer o outro.
E não demorou quase nada para que, mais uma vez, Valdeir saísse vitorioso.
- Agora diga – Mandou, com um sorriso de deboche.
Envergonhado, Erico cumpriu a promessa:
- Tudo bem, você é melhor ok?
E Valdeir percebeu que sentiu prazer em humilhar o amigo, e resolveu que queria mais.
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