[Entrevista] #7 - Eduardo Spohr


Eduardo Spohr nasceu em junho de 1976, no Rio de Janeiro. Filho de um piloto de aviões e de uma comissária de bordo, teve a oportunidade de viajar pelo mundo, conhecendo culturas e povos diferentes. A paixão pela literatura e o fascínio pelo estudo da história o levaram a cursar comunicação social. Começou a trabalhar em agências de publicidade, mas acabou, gradualmente, migrando para o jornalismo.
Formou-se pela PUC-Rio em 2001 e se especializou em mídias digitais. Trabalhou como repórter no Cadê Notícias, StarMedia e iG, como analista de conteúdo do iBest e depois como editor do portal Click 21.
Hoje, além de criar projetos gráficos, ministra o curso “Estrutura literária: a jornada do herói no cinema e na literatura”, nas Faculdades Hélio Alonso, do Rio de Janeiro. É, ainda, participante do NerdCast, o podcast do site Jovem Nerd

Eduardo Spohr é hoje um dos autores nacionais mais bem sucedidos. Na Bienal do livro do Rio de Janeiro 2013, ganhou um reconhecimento por ter atingido a marca de 600 mil exemplares vendidos, uma marca realmente impressionante. Com seu jeito simples, ele nos conta um pouco mais sobre sua carreira e seus livros.

Acompanhe




1. O seu primeiro livro, “A batalha do apocalipse” que entrou para a lista dos mais vendidos, teve grandes dificuldades para ser publicado. Conte-nos como foi este período e o que precisou fazer para finalmente emplacar a obra.

R: Precisei correr atrás por mim mesmo, e fazer uma edição independente. É importante, na minha opinião, que os novos autores façam isso, não se deixem desanimar com as recusas.  

2.“A batalha do apocalipse” já foi publicado em diversos outros países e cada vez mais tem ganhado novas fãs no Brasil e no mundo também. O que você acha que torna a obra tão atrativa para estes jovens?

R: Não sei mesmo, difícil fazer uma auto-avaliação hehehe. Mas eu tento escrever algo que vá além da aventura, que fale tambem de questões humanas mais complexas. Não sei se consigo, mas tento ;) 

3. A série “Filhos do Éden”, que é o seu projeto atual, se passa no mesmo universo de “A batalha do apocalipse”. Por que decidiu continuar escrevendo sobre anjos?

R: porque essa era a história que estava no meu coração, que eu queria contar. O artista deve sempre, creio, falar sobre aquilo que o empolgue e o emocione, senão fica falso.  

4. Quais foram as suas principais influências para a série?

R: Os quadrinhos do selo Vertigo e a série de filmes “Anjos Rebeldes” foram sem dúvida as principais inspirações.

5. Quais foram as principais diferenças entre o livro “Herdeiros de Atlântida” e “Anjos da Morte” na hora de escrevê-los? Como o público lidou com essa mudança? 

R: Em HdA, a dificuldade foi minha em me adaptar a um estilo mais simples. Em AdM, a dificuldade estava nas pesquisas históricas, que foram bem exaustivas. Pelo jeito a galera tem gostado. mas é claro que não dá pra agradar a todos sempre.  

6. O que os fãs podem esperar do terceiro livro da série, Paraíso perdido? Tem alguma previsão de lançamento?

R: Será o grande épico da série, que encerrará a trilogia FdE e começará ABdA. Não tem previsão ainda, mas vou avisando pelas minhas redes sociais. Está ficando super bacana.  

7. E em termos de carreira, quais você considera terem sido os principais marcos? Quais foram as principais dificuldades que teve de superar?

R: Não chamaria de dificuldades. Eu chamaria de obstáculos, e os obstáculos estão aí, nas nossas vidas, para serem superados. Claro, cada um deve encontrar a sua própria maneira de fazer isso. Não tem uma fórmula especial.

8. Hoje, graças aos blogs literários e redes sociais, os autores podem estar muito mais próximos de leitores. Que aprendizados você tirou dessas interações? Como você busca estar mais próximo dos fãs?

R: Poxa, aprendi muito. As críticas dos leitores por meio da web sempre me ajudam a melhorar.  

9. O gênero Fantasia vem crescendo muito no Brasil. Pensando neste novo nicho, quais são, em sua opinião, os autores essenciais para quem quer começar a apreciar a Fantasia nacional?

R: Não acredito em autores essenciais. Acredito em autores e livros que uma pessoa gosta. E as opiniões são diversas. Eu posso amar um livro e outra pessoa não curtir. O importante é cada um encontrar o livro / autor / estilo preferido, e assim ter genuíno prazer na leitura.  

10. Como você acredita que nós, enquanto leitores, blogueiros e escritores, poderíamos contribuir para o avanço da literatura nacional? O que falta para a grande revolução literária no Brasil?

R: Já estamos vivendo essa revolução e s ão vocês, leitores e blogueiros, que estão fazendo ele. Nós, autores, não seríamos nada sem nossos leitores. São vocês que estão no comando. 

11. Em seu blog, o Filosofia Nerd, você tem uma coluna dedicada a incentivar as pessoas que querem ser escritores. Que mensagem você deixa para estes aspirantes e anônimos autores do Brasil?

Persistir sempre :-) 

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