[Falando sobre livros] #16 - Cego
Autor: Robin Cook
Editora: Record
Ano: 1994
Páginas: 380
Sinopse:
A batalha da médica-legista Dra. Laurie Montgomery para derrotar um complô de maldade inimaginável. Será que as mortes foram realmente por overdose de cocaína? Quando tenta autopsiar os corpos, Laurie não agrada a seus superiores nem à própria família. Mesmo pondo em risco seu futuro profissional, a médica do Departamento de Medicina Legal parte para descobrir a verdade – mas o que ela encontra é o começo de um profundo pesadelo. Em um clima de mistério, terror e suspense, fato e ficção se misturam.
O mundo médico é mesmo fascinante. Nunca tinha me embrenhado tão fundo quanto como no livro de Robin Cook: Cego. A parte que acho mais interessante é o fato de ser um "típico" livro policial, mas visto pela ótica de uma médica legista.
A história se passa quando Laurie Montgomery, uma médica legista da cidade de Nova York começa a perceber um estranho padrão em casos de overdose que chegam à ela, e, a partir daí, começa a investigar, mesmo com toda a pressão política que existe no departamento: há gente rica e importante morrendo.
Paralelamente, um incidente faz com que as duas maiores organizações mafiosas da região comecem a ameaçar uma grande guerra e ambas se articulam para se proteger e se preparar, o que acaba deixando mais rastros estranhos para Laurie seguir.
É incrível como tudo acaba se relacionando de uma forma ou de outro, o que torna a história bastante atraente.
Simplesmente gostei muito de como Robin fugiu dos clichês ao construí-los. Veja bem, Laurie é uma mulher determinada e independente, que decidiu fazer aquilo que ama, contrariando a vontade dos pais. Porém, ela também se sente insegura se fez a escolha certa, adora ser convidada para jantar e receber flores. Não é a típica feminista que se vê nos livros.
Além disso, vive com seu gato em um apartamento minúsculo, o que reforça a ideia de: ser independente é aceitar o desafio de viver fora da zona de conforto para conquistar seus sonhos. Tem também o Lou Soldano, que é um policial rústico porém emotivo demais, além de não ser nada confiante em relação às mulheres.
No meio de tudo isso ela acaba se vendo no meio de um triângulo amoroso meio esquisito entre ela, Lou e Jordan Sheffield, um oftalmologista rico e extravagante que se envolve na história de uma maneira absolutamente surpreendente.
O livro é envolvente como devem ser os policiais. O humor é injetado na dose certa, assim como os mistérios vão sendo revelados aos poucos e obrigam o leitor a pensar. Pistas são deixadas de maneira sutil e você é capaz de prever o final, se, e somente se, for um leitor atento que se liga nos detalhes que foram deixados.
O final é surpreendente, mesmo sendo possível prevê-lo, muito por que no momento em que cai a ficha do que realmente está acontecendo, você pensa: NÃO ACREDITO! e solta aquele sorriso de canto de boca, depois de conseguir fechá-la.
É um livro bem bacana para quem gosta do gênero e tem um nível bem alto. Provê entretenimento e ainda agrega muito conhecimento ao leitor. Com certeza os amantes de Cobens, Browns e afins vão curtir muito. Vale a pena ler.
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