[Pecados e Tragédias] #3 - Imaculada (Parte FINAL)


Atenção
Se você não leu as partes 1 e 2, sugiro fortemente que o faça antes de ler a parte final do conto, caso contrário, não fará o menor sentido para você! :)
Depois que ler tudo, deixe um comentário com a sua opinião sobre o conto! Nada melhor para um escritor que ouvir a opinião dos leitores, não é mesmo! Então vai lá e divirta-se!





Suspeita

E a aparente frieza de Nando ainda atormentava a cabeça de Clarice, mas, após um ano de namoro, então veio a suspeita.
Só havia uma explicação para a aparente falta de desejo do rapaz: ele deveria ter outra mulher.
E a cada vez que ele repetia “sua mãe é quem sabe das coisas”, mais ela tinha certeza de que algo errado havia ali.
Que homem normal falaria uma coisa dessas? Pensava com seus botões.
- Absurdo – Confessou à mãe – Tenho certeza de que algo de errado aí existe.
E, como das outras vezes, Dona Júlia tentou tranquiliza-la.
- Nando é somente um bom menino. Afaste essas ideias da cabeça, minha querida.
A suspeita, porém, se tornou insuportável quando descobriu, através de ligações, que seu namorada nunca estava em casa às segundas, quartas e sextas a tarde: momento em que Clarice estava nas aulas de inglês.
- Onde você esteve ontem a tarde? – Perguntou a ele.
- Fui ao mercado. (disse uma vez). Fui ao dentista (disse na outra). Fui estudar na biblioteca (disse na vez seguinte).
Clarice simplesmente balançava a cabeça e se permitia beijar.
- Há algo errado, mamãe, tenho certeza. – Repetia com firmeza para a mãe
Dona Júlia, então, suspirou e resolveu ser mais direta.
- Não há nenhum problema em manter-se puro. – Respondeu – Prometa-me que não vai investigar e que vai tirar isso de sua cabeça.
- Mas mãe...
- Ande Clarice, prometa.
E então ela prometeu, porém, com a mão nas costas, garantiu que seus dedos estavam cruzados.

A descoberta

Ela já tinha um plano todo arquitetado para pegar o traidor.
Despediu-se da mãe e fingiu ir para sua habitual aula de inglês. Dirigiu-se, porém, à casa de Nando que não ficava longe dali. Era o momento perfeito.
Nem bem cruzava a esquina e já viu o rapaz sair. Seguia-o de longe, tentando lembrar-se qual amiga morava no caminho que agora tomavam.
Entretanto, quanto mais ele andava, mais ela se sentia confusa. Afinal, era o caminho de volta para a casa dela.
‘Será que ele não sabe que eu não estou lá?’ perguntou-se Clarice, confusa.
Quando Nando entrou pela porta, ela resolveu ir investigar e, de mansinho, entrou em seu encalço. E o que viu a seguir fez seu coração parar: Nando deitado sobre Dona Júlia, ambos nus, ali mesmo no sofá da sala.
O choque foi inevitável. Sussurrou três vezes “eu não acredito” para si, mas isso não a fez ignorar a cena. Clarice saiu de casa correndo e vagueou por três horas inteiras pensando no que fazer.
Tomou então uma decisão e saiu, decidida, para a casa do namorado.
Mal ele abriu a porta e ela o cobriu com um tapa bem forte:
- EU NÃO ACREDITO...
Gritou ela empurrando-o para dentro.
- Eu não acredito que você transava com ela e não fez nada comigo esse tempo todo.
Mal terminou a frase e seu vestido já estava no chão.
- Vamos transar todos os dias até o dia de nossa morte.
E tiveram sua primeira vez ali, no tapete da sala.

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