[Pecados e Tragédias] #2 - Meninas? Não! (Parte FINAL)

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O tratamento

- E agora? – choramingava a mãe – O que faremos?

Ricardo andava de um lado para o outro tentando pensar em uma forma de fazer seu filho se interessar por mulheres.

Um dia espalhou cinquenta revistas Playboy, escolhidas a dedo por ele, no quarto do garoto.

- Que absurdo é esse? – Indagou Bento ao ver às revistas.

Sua atitude foi simples: reuniu tudo e colocou fogo.

- Mulheres não!

Em um momento de loucura, o pai chegou a contratar uma prostituta para seduzir o garoto, mas só o que ela conseguiu foi fazer um novo amigo.

Cansado de tentativas frustradas, ao completar dezoito anos, o homem finalmente cedeu e resolveu levar o filho a uma psicóloga. E foi claro nas instruções:

- Trate-o. Faça-o ser um menino normal que fica com meninas e que as faz sofrer.

A mulher, entretanto, sabia que esta não era uma missão tão fácil assim. Mesmo por que, para Bento (e para ela mesma), não havia nada de errado. Eram horas e mais horas de consulta por vários dias na semana, mas nada parecia surtir efeito.

Por fim, ela fez uma sessão extra com os pais:

- Acho que o melhor seria deixa-lo seguir seu próprio rumo.

Espumando de raiva, Ricardo concordou.

A irmã

A família chegou à conclusão óbvia de que um tempo no exterior poderia ser útil para consolidar seus interesses. Bento se opôs ferozmente.

- Não quero ir – reclamava – meu lugar é aqui, com minha família.

Mas todos pareciam impassíveis.

        Amanda, a irmã, que até então havia se mantido distante de tudo, resolveu finalmente intervir.

        - Deixem-me conversar com ele. De irmã para irmão, talvez ele conte algo.

        Os pais eram incrédulos, mas não custaria nada. Resolveram deixa-los a sós, para que ficassem mais a vontade.

        - Conte-me Bento – Disse a irmã – Conte-me tudo e não me esconda nada.

        Ele parecia nervoso:

        - Tudinho?

        Ela assentiu.

        Bento respirou fundo e começou:

        - Não quero nenhuma garota por que estou apaixonado.

        - Por quem? – Quis saber.

        - Por você! A mulher mais linda que existe neste mundo. Estou louco por você, minha irmã, e se não transar com você, não transarei com mais ninguém até o dia de minha morte.

        Duas horas depois, os pais retornaram para casa e, encontraram um Bento sorridente:

        - Mulheres são demais. Quero todas elas. Todas. Quero todas. Amo as mulheres.

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