[Entrevistas] #2 - Thalita Rebouças

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É com muito prazer que anuncio que a entrevistada da semana é a autora best-seller Thalita Rebouças.
Em meio ao seu momento mais intenso de vida (véspera de Bienal e lançamento de livro), ela parou e nos concedeu essa entrevista exclusiva.

Ela é autora nacional de maior popularidade do século 21, já lançou 13 livros e na Bienal do Rio 2013 vai lançar a sua décima quarta obra em parceria com ninguém menos que Maurício de Souza.

É sabido que a literatura estrangeira está a muito tempo no topo das nossas listas de mais vendidos, porém, nenhum destes autores conseguiriam mover tanta gente para feiras e bienais do que Thalita, que já alcançou o patamar de 1 milhão de exemplares vendidos.

Thalita Rebouças, segundo as boas línguas e o seu próprio site (hehe), é fofa! Mais do que isso, ela se descreve como: empolgada, teimosa, escorpiana, portelense, torcedora fanática do fluminense, abracenta, sorridente, chata à beça na TPM, chorona (do tipo ridícula, choro até vendo comercial de detergente), alucinada por sambas e marchinhas de Carnaval, louca por brigadeiro (para comer de colher) e adrenalina — já saltei de pára-quedas e asa-delta algumas vezes — e viciada em algumas séries de TV.

Obras de Thalita Rebouças: 
Ela disse ele disse: o namoro (Lançamento na Bienal)

Coletâneas


Sua trajetória é incrível e serve de inspiração para muitos que querem começar pela carreira de escritor. Veja o trecho que ela postou em seu blog:

Em 2001, quando os livros começaram a dar certo, resolvi apostar no meu sonho de pirralha e investir seriamente na carreira de escritora. Dei umas férias para a jornalista que mora em mim. O que eu gosto mesmo é de inventar histórias, aumentar um ponto -- ou vários.
Na ralação
O começo da minha carreira é uma história de bagunça e perucas em bienais e livrarias.
Fui convidada pela Ao Livro Técnico (minha primeira editora) para passar uma tarde na Bienal do Livro de 2001, aqui no Rio, autografando o Traição entre Amigas. Lá fui eu, toda serelepe. Durante 20 minutos vi passar na frente da minha mesinha um monte de gente, mas ninguém me dava bola. Percebi logo que se eu ficasse ali sentada esperando meus queridos futuros leitores eles simplesmente não viriam.
Vários autores consagrados estavam presentes, como eu poderia competir com eles? Meu "Traição entre Amigas" era apenas mais um livro naquele universo de títulos disponíveis na Bienal. O estande da minha editora, apesar de bonitinho e bem localizado, era um entre muitos espalhados em dois imensos pavilhões do Riocentro. Se eu quisesse vender livros teria que inventar uma forma de chamar a atenção, de aparecer, de me destacar. E rápido.
Como eu tenho na bagagem alguns anos de teatro, pagar mico em público não é nenhum problema para mim. Então vamos lá!
Comecei a bater palmas, a fazer polichinelo, a brincar com quem passava na frente do
estande e a anunciar o livro em altos brados, como um vendedor empolgado com seu produto. Logo juntou gente ao meu redor, rindo e escutando, e o livro passou a vender como água no deserto. Não parei de autografar um só segundo. Ao fim da tarde, a editora me convidou para voltar dois outros dias. Voltei e a vendagem foi excelente. A Bienal acabou, mas aprendi a lição.
Em outubro de 2001, com a grande e inesperada notícia de que o Traição tinha ido para a segunda edição, resolvi arregaçar as mangas de vez e me dedicar a divulgá-lo em tempo integral. E divulgá-lo de forma eficiente e prazerosa significava voltar a fazer aquela bagunça básica da Bienal. Mas onde?
Bati na porta de duas grandes redes de livrarias, a Siciliano e a Saraiva, que foram muito legais me recebendo em suas lojas. Foram eventos divertidos e simpáticos, e o melhor: em todos eles o livro vendeu. De vez em quando eu vendia 3 exemplares, nos dias melhores eu vendia 12. Abordando as pessoas de forma bem-humorada aprendi muito sobre como lidar com o público. E sobre persistência.
Em março de 2003, assinei com a Rocco para lançar meu terceiro "filhote", o Tudo por um Pop Star, que virou best-seller. Depois dele, vieram Fala Sério, Mãe!, que foi o meu primeiro a parar na lista dos mais vendidos da revista Época e do jornal O Globo (olha que chique!), Tudo por um Namorado, Fala Sério, Professor! e todos os outros.
Já publiquei sete livros em Portugal e em 2014 meus livros serão publicados em toda a América Latina.
Depois de tantos anos correndo atrás, atingi um milhão (!!) de livros vendidos em 2011. Mas ainda quero mais, muito mais.
Nada como fazer o que a gente gosta.

1. Os seus livros são dedicados em geral às jovens adolescentes. Qual foi sua motivação para escrever para este público em particular?

Foi o público que me escolheu, pois meu primeiro livro era para jovens adultos, mas foi adotado pelas adolescentes. Eu adoro escrever para elas, que estão numa fase muito difícil da vida, cheia de incertezas! Pretendo continuar por muito tempo!
2. Quais são os seus projetos literários para 2014? Vem alguma novidade por aí?

Claro! Vou lançar um novo livro para adolescentes, que não é sequencia de nenhum que eu já lancei, além de uma nova coleção de crônicas. Mas não posso contar!

3. Sua carreira é marcada por muito entusiasmo, paixão pelo que faz e contato com os leitores, aspectos que visivelmente você valoriza bastante. Qual você considera ser a relevância destes pontos para a carreira de um escritor? De que forma isso foi importante para a sua própria trajetória?

A carreira de escritor é muito difícil, é preciso ter entusiasmo e persistência para seguir em frente. Muita gente pensa que é moleza, mas vivemos em hotéis, aeroportos e aviões e isso não é nada fácil. Tudo é compensado pelo contato com os leitores. Os abraços e beijos, as palavras carinhosas e os inúmeros presentes que eu ganho recarregam as minhas baterias!

4. Você atingiu a marca de mais de 1 milhão de livros vendidos, contrariando todos os estigmas que existem sobre a literatura nacional. O mesmo é possível observar de outros novos autores brasileiros que vem ganhando cada vez mais espaço nas prateleiras dos jovens. Para você, o que falta para que a revolução dos livros nacionais seja efetivada e para que sejamos, de fato, consagrados como um país de bons leitores e autores?

Tempo e livros mais baratos! Temos muitos autores excelentes despontando, tenho certeza de que os próximos anos vão mostrar a literatura nacional em um outro patamar!

5. Que mensagem você deixa para os novos e anônimos escritores do Brasil?

Leia muito e escreva todos os dias. Não desista ao ouvir um não. Não desista nem se ouvir vários! Sem persistência não há como se destacar nesse mercado tão concorrido! 

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