[Falando sobre livros] #13 - Cai o pano

  • Editora: Nova Fronteira
  • Autor: AGATHA CHRISTIE
  • ISBN: 8520917968
  • Origem: Nacional
  • Ano: 2005
  • Edição: 1
  • Número de páginas: 217
  • Acabamento: Brochura
  • Formato: Bolso
 Sinopse: Para resolver o último caso de sua carreira, o detetive belga Hercule Poirot volta ao local onde solucionou os primeiros crimes. Neste livro, o último de um ciclo de romances de Agatha Christie, o talento da escritora inglesa junta-se à primorosa tradução de Clarice Lispector.



 O que penso sobre o livro?

Primeiramente, Agatha Christie é sempre Agatha Christie. Sem mais! A escritora inglesa sempre encanta com seu jeito de escrever e suas já conhecidas investigações policiais extremamente envolventes e curiosas. Não é atoa que ela é conhecida como a Rainha do Crime.
Cai o pano nos leva de volta ao primeira "crime scene" do detetive Hercule Poirot: a mansão Styles. Nada melhor que terminar uma série de contos no mesmo lugar em que começou hein? Desta vez, Poirot vai a Styles para "descansar" devido a sua doença. Seu real motivo, entretanto, é desmascarar um assassino ligado a crinco crimes diferentes, que ele acredita também estar hospedado na Mansão.
Em todo caso, a história é instigante e realmente misteriosa, mas não é nada muito diferente do que já estamos acostumados em Sherlock Holmes. De certa forma, nosso querido personagem principal também tem a genialidade do mais famoso detetive da literatura inglesa. A forma como lida com as pistas e brinca com seu fiel amigo Capitão Arthur Hastings neste caso é absolutamente incrível.

O final é altamente surpreendente! Não conseguimos nem ao menos deduzir o autor dos crimes (nem mesmo para quem já está acostumado com casos assim). Terminei o livro extremamente satisfeito por ter sido tão bem enganado. Isso é, talvez, o ponto mais interessante deste livro.

As formas como os fatos se desenrolam me pareceram um pouco forçadas. Apesar da realidade ser bem próxima do que nos é mostrado, achei que alguns comportamentos foram supervalorizados. Concordo que isso acaba sendo um padrão nos romances policiais, por isso acredito que isso dê charme à leitura e não tenha nenhuma influência negativa relevante.

A mansão Syles é o ambiente perfeito para um caso como este. Talvez por isso Agatha tenha feito Poirot voltar a este lugar para sua última missão. O local inspira mistério em cada palavra e a autora o descreve com uma destreza magnífica. Cada minúsculo detalhe nos faz sentir até o cheiro daquela antiga mansão. Não é difícil ficar submerso no mundo de Poirot e se surpreender dentro da história de um modo irreversível. Este ponto é extremamente importante para fazer com que nos sintamos tão confortáveis enquanto acompanhamos cada passo do mistério que eles tentam desvendar.

A linguagem é tipicamente inglesa. A tradução de Clarice Lispector deixa isso bem evidente. É um livro que tem um linguagem média, sem muitos floreios, mas também sem ser simples. Não chega a ter aquele arzão de best-seller (o qual você lê como se bebesse água), mas de uma forma geral é simples e tranquilo de ler. Exige concetração sim, mas nada demais. A forma como os fatos são passados, na minha opinião, é bem bom.

Em outras palavras, ler "cai o pano" é bom. Ele te insere gradualmente ao contexto, não foge muito do tema principal, tem tramas envolventes e mais do que tudo uma narração que é feita por alguém tão perdido quanto você em relação ao caso e isso é ainda mais interessante.

De modo geral, o livro é bom e recomendo a todos que leiam!

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